quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Adaptação à vida extra uterina





Os primeiros dias após o nascimento do bebê não são os mais fáceis da maternidade. O binômio mãe-bebê, apesar de já terem contato há 9 meses, precisam se conhecer. Tudo é muito novo, a mãe precisa aprender a ser mãe e o bebê precisa se adaptar à vida extra uterina.
Dentro do útero todas as suas necessidades eram supridas através do cordão umbilical. O útero e o líquido amniótico o aqueciam e protegiam, tornando o ambiente acolhedor.
Nascer, ao contrário do que muitos pensam não é fácil, respirar pela primeira vez também não, a primeira coisa que o bebê faz é....chorar.
O corpo do bebê passa por diversas transformações, o pulmão antes inundado de líquido pulmonar, agora precisa funcionar, respirar e a circulação sanguínea também passa por transformações. Além de outras como manter-se aquecido, o sistema gastrointestinal começará a funcionar com a primeira mamada entre muitas outras transformações.
O comportamento do bebê após o nascimento não é uma regra, cada recém nascido é um ser único e reage de maneiras diferentes. Alguns fatores podem interferir no comportamento do bebê, como:

  • Idade gestacional;
  • Personalidade, sim, cada bebê tem sua personalidade;
  • Sensibilidade;
  •  Experiências intrauterinas;
  • Vivências do parto;
  • Fatores ambientais;
  • Estado emocional da mãe.

Assim podemos perceber que cada bebê tem seu ritmo, alguns choram mais ou tem mais dificuldade de se adaptarem à vida extra uterina.
Nem sempre a maternidade é um conto de fadas como a televisão muitas vezes encena ou como as mães imaginavam que seria, com isso elas podem se frustrar e acredite, o bebê percebe esse sentimento materno e responde chorando ainda mais.
Cada filho é único, não faça comparações mãe, nem entre os seus filhos e nem entre os filhos de suas amigas, lembre-se cada bebê é único!
Muitos podem perguntar, mas porque eu, mãe, preciso saber de todas essas coisas? Simples, esse bebê agora acolhido em seus braços com certeza é o seu bem mais precioso, e entender porque ele chora com certeza te trará mais calma. Os pais e familiares próximos precisam entender que chorar é a única maneira do bebê se comunicar com as pessoas e com o ambiente, então, não há nada de mais em ver o seu bebê chorar, não é um bicho de sete cabeças. A família precisa entender que existe uma fase de adaptação e que não só de fome o bebê chora.
O choro é um dos grandes motivos para que as mães desistam da amamentação e ofereçam fórmulas e mamadeiras. Por isso a importância de saber que não apenas de fome o bebê chora.
Se adaptar a nova vida não é fácil e por isso ele irá chorar por vários motivos. Com o tempo, vocês aprenderão a entender o motivo do choro e por sua vez, o bebê, estará cada dia mais adaptado à nova vida.

Vacinação na gravidez





A vacinação faz parte dos cuidados do pré-natal da gestante. Sua finalidade além de proteger a gestante é transmitir essa proteção ao bebê até que ele possa receber as vacinas e ser imunizado. A gestação e amamentação ajudam a proteger a criança até o início do calendário vacinal.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde recomenda quatro vacinas neste período: a influenza; hepatite B; dupla adulto (difteria e tétano - dT); e a difteria, tétano e coqueluche (dTpa).
O esquema de vacinação depende do histórico vacinal de cada mulher e este deve ser avaliado pelo profissional que a acompanha durante o pré-natal.
Influenza
Aplicada durante a campanha nacional em qualquer momento da gravidez.
Hepatite B
O esquema clássico é composto por 3 doses após o primeiro trimestre da gestação.
dT (Difteria e tétano)
O esquema clássico é composto por 3 doses e um reforço a cada 10 anos. Em caso de gravidez, caso a data da última dose tenha excedido 5 anos, uma dose de reforço deve ser aplicada.
dTpa (Difteria, tétano e coqueluche)
Aplicada entre a 27ª e 36ª semana de gestação, foi incorporada ao calendário de vacinação em 2014 e é fundamental para a redução da mortalidade dos recém-nascidos.
O esquema de vacinação completo da dupla adulto é de três doses (devendo ser reforçada a cada intervalo de dez anos) podendo ser tomada a partir dos 10 anos de idade. Se a mulher não tomou nenhuma dose dessa vacina antes de engravidar, é necessário tomar duas doses da dupla adulto, com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa. Caso a mulher tenha tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as mulheres que se preveniram com duas ou mais doses da dT, recomenda-se a a dTpa administrada com apenas uma dose. Mulheres grávidas devem tomar uma dose da dTpa em cada gestação, independente de terem tomado anteriormente.
Hoje, a coqueluche é um problema de saúde pública no mundo, devido ao seu aumento de casos nos últimos anos. No Brasil, 87% dos casos de coqueluche se concentram em crianças menores de seis meses. Isso acontece porque elas ainda não estão protegidas contra a doença, sendo mais suscetíveis. Dessa forma, as mães passam proteção aos seus bebês até que eles consigam cumprir o calendário completo de vacinação

Vacinas compostas de vírus vivos como a tríplice viral, varicela e febre amarela, se possível e de preferência, devem ser aplicadas pelo menos 30 dias antes do início da gestação, e nunca durante a gestação.

Por que amamentar até 2 anos ou mais?





Estudos demonstraram que tradicionalmente, as crianças eram amamentadas por 3 ou 4 anos e desmamavam naturalmente, ou seja por conta própria, mamavam de acordo com a sua vontade.
A Associação Americana de Pediatria (APP) recomenda a amamentação até um ano de idade, já a OMS e UNICEF recomendam até dois anos ou mais.
Todos os dados apresentados abaixo são baseados em estudos.
Essa recomendação baseia-se no fato de que o leite materno, após o primeiro ano de vida, continua sendo uma importante fonte de nutrientes e de proteção contra doenças infecciosas e metabólicas, além da amamentação propiciar um adequado vínculo entre mãe e filho. Também existem evidências dos benefícios do aleitamento materno para mãe a longo prazo como a redução do risco de neoplasias, doenças cardiovasculares e metabólicas.
Em estudo realizado em seis países incluindo o Brasil, pode-se observar que a mortalidade por doenças infecciosas era 6 vezes maior em crianças menores de 2 meses não amamentadas, quando comparadas as crianças amamentadas ao seio. Durante os seis primeiros meses a proteção contra mortes por diarréia foi maior do que a proteção contra infecções respiratórias. Após esse período, a proteção entre ambas as doenças se estabilizava. Porém, enquanto com o passar da idade a proteção contra mortes por diarréia diminui, a proteção contra infecções respiratórias se mantém constante nos primeiros 2 anos de vida das crianças amamentadas.
Em estudos recentes pode-se observar que o tempo de amamentação é inversamente proporcional ao risco de sobrepeso, ou seja, quanto mais tempo amamentado menor o risco de obesidade.
Crianças amamentadas, além de terem o risco de obesidade reduzido, possuem melhor autorregulação da ingestão de calorias (comem menos por impulso), fatores responsáveis pela redução de cerca de 40% do risco de diabete tipo 2.
O risco de câncer de mama para a mãe que amamenta diminui 4,3% para cada 12 meses de amamentação e está correlacionado com a redução de câncer de mama e ovário.
Para cada ano de aleitamento materno, o risco de diabetes tipo 2 diminui em 15% para a mãe.
Diante de todos esses benefícios do aleitamento até dois anos ou mais, tanto para bebê como para a mãe, a amamentação deve ser considerada uma questão de saúde pública. Profissionais capacitados são fundamentais na defesa e apoio à amamentação.

Amamentar Gêmeos





A amamentação é um tema que gera muitos medos e ansiedade nas mães, especialmente as de primeira viagem. Durante a gestação, as mães se preocupam se serão capazes de amamentar seus bebês de forma exclusiva, quais dificuldades terão, enfim, uma infinidade de questionamentos! E amamentar gêmeos? Hummmm, preocupação dobrada!
Claro! É natural que mães de gêmeos se apavorem ao pensar nos cuidados após o parto e em especial na amamentação. Será que darei conta? Produzirei leite suficiente?
Muitos acham impossível o aleitamento materno para gêmeos, mas você acha que Deus faria uma mãe engravidar de gêmeos e não ser capaz de amamenta-los? Ah com certeza não.
Deus criou uma máquina perfeita, o nosso corpo! Sim, somos capazes de amamentar múltiplos bebês.
A produção do leite materno está relacionada à demanda. Quanto mais vezes for oferecido o seio materno, maior será a quantidade de leite produzido pela mama. Então, quanto mais os seus bebês mamarem, mais leite será produzido. É assim que o organismo regula a produção de leite.
As mães de gêmeos em aleitamento materno exclusivo, aos 6 meses de idade das crianças, oferecem o seio materno em torno de 15 vezes ao dia, produzindo de 830 a 2.160 ml de leite por dia.
Minha intenção não é mostrar que amamentar gêmeos é fácil, porque não é mesmo! Exigirá muito mais da mãe, afinal são dois bebês e você terá que ser uma Super mãe, e eu não duvido da capacidade de nenhuma de nós. Quando pensamos nos benefícios do leite materno, da amamentação tanto para nós mães como para os bebês, tiramos coragem e nem sabemos de onde. Por isso, para mães de gêmeos o apoio familiar e de um profissional capacitado é ainda mais importante. A família precisa apoiar, ajudar, essa mãe precisará se doar ao seus bebês. Precisará de um companheiro presente, de um familiar que lhe apoie, alguém para compartilhar as tarefas domésticas.
O sucesso da amamentação não depende apenas da mãe, muitos fatores interferem para o sucesso ou não, inclusive os bebês e a rede de apoio.
Aqui vão algumas dicas para mães de múltiplos:
·         Ofereça o seio simultaneamente ao bebês. Isso aumentará a produção e reduzirá o tempo que você gastará para amamentar;

  • Mantenha-se bem alimentada;
  •   Hidrate-se;
  •   Descanse;
  • Converse com mães de múltiplos que amamentaram;
  •   Procure um profissional capacitado para te orientar e apoiar.

Mãe, informe-se durante a gravidez, busque o máximo de conhecimento, peça apoio à sua família, a um profissional capacitado e acima de tudo, acredite na sua capacidade de amamentar, você é uma máquina perfeita!