O Ministério da Saúde
recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) pelos primeiros 6 meses de vida
e complementado com outras fontes nutricionais até os 2 anos de idade. Diante
dessa recomendação, podemos imaginar quantos benefícios o leite materno possui.
A boa nutrição é
indispensável para o bom crescimento e desenvolvimento dos bebês. Bons hábitos
alimentares perduram por toda a vida. Os benefícios do leite materno permanecem por anos após pararmos de amamentar, auxilia o bebê a se proteger contra
doenças como diabetes e obesidade.
Muitas mães abandonam
o aleitamento por acharem que não possuem a quantidade adequada ou que seu
leite é fraco. Isso é fruto de falta de informação e de apoio tanto na gestação
como após o nascimento do bebê. Menos de 1% das mulheres são incapazes de
produzir leite.
Os benefícios do
leite materno precisam ser divulgados. O objetivo não é julgar uma mãe que por
algum motivo não conseguiu alimentar seu bebê ao seio, mas sim oferecer informação para que ela não desista e perceba o quão importante será ao seu
bebê receber o leite materno.
Existem casos em que
o aleitamento materno não é recomendado como, por exemplo, nos casos de mãe soropositiva para o vírus HIV, HTLV-1 e
HTLV-2. Nesses
casos a fórmula infantil é a alimentação recomendada.
O leite materno (LM)
é muito mais do que um simples conjunto de nutrientes, ele é uma substância
viva, com atividade protetora e imunomoduladora.
O leite humano reúne
mais de 150 substâncias diferentes e se diferencia em:
- Colostro: Do 1º ao 7º dia após o nascimento do bebê;
- Leite de Transição: Do 7º ao 14º dia de vida;
- Leite Maduro: Após o 14º dia de vida do bebê.
Cada um deles possui
especificações ideais para os dias de vida do bebê, com mudança da quantidade
dos seus componentes, proteínas, lipídeos e fatores de proteção.
O aleitamento materno protege as crianças de:
- Otites;
- Alergias
- Vômitos;
- Diarréia;
- Pneumonias;
- Bronquiolites;
- Meningites.
Não podemos nos
esquecer que mamar ao seio melhora o desenvolvimento da cavidade oral. Além dos
fatores nutricionais e de desenvolvimento, o LM favorece o estabelecimento de
uma ligação emocional, entre mãe e criança, o vínculo materno, sendo fonte de
amor ao recém nascido. O vínculo afetivo facilita o desenvolvimento da criança
e o seu relacionamento com outras pessoas.
A composição do leite
materno não varia apenas de mãe para mãe, mas como na mesma mãe entre as mamas,
em mamadas diferentes e até no curso da mesma mamada. O leite ideal para ser
oferecido é o leite da sua própria mãe, a qualquer mamífero, o que chamamos de
homólogo, o leite produzido pela sua espécie, atendendo as necessidades
imunológicas e nutricionais de cada recém nascido. O leite materno possui as
quantidades adequadas de cada componente, água, proteínas, lipídeos,
carboidratos, o que faz dele um alimento de fácil digestão. É o único que
possui fatores de proteção, hormônios de crescimento, além da melatonina que auxilia na regulação do sono. Bebês amamentados ao seio materno, em especial a noite dormem mais, pois a produção deste hormônio durante a noite é maior. O leite de
vaca possui 3 vezes mais proteínas que o LM o que gera uma sobrecarga renal no
recém nascido, As estruturas das proteínas são estruturalmente diferentes,
embora sejam parecidas elas não são iguais e podem gerar alergias.
Diversos componentes
do LM atuam no desenvolvimento do Sistema Nervoso Central como a Galactose
(carboidrato), Taurina (proteína) e Ácidos graxos insaturados de cadeia longa
(Lipídeos).
Devido a imaturidade
do sistema imunológico do bebê, a natureza desenvolveu mecanismos de
proteção pela passagem de anticorpos
através da placenta, pelo fatores de resistência presentes no líquido
aminiótico e na vida após o nascimento pelo colostro e leite. Fatores de
proteção também são amplamente encontrados como proteínas e carboidratos que
protegem a mucosa intestinal de bactérias patogênicas (causadoras de doenças),
favorecendo assim a proteção contra infecções gastrointestinais.
A natureza é tão
sabia que o leite de mães de bebês prematuros é diferente do bebê nascido a
termo. Seu leite é rico em proteínas, tem
menor quantidade de lactose e tem mais energia.
Diante da impossibilidade
do aleitamento materno, jamais deve ser oferecido o leite de vaca, que pode
prejudicar o desenvolvimento da criança. Neste caso, a fórmula infantil é a
alimentação indicada. Formulada a partir do leite de vaca, seus componentes são
modificados para facilitar a digestão do bebê e enriquecidos para oferecer os nutrientes
que ele precisa a cada fase. O leite materno não pode ser copiado e o de vaca
pode acarretar problemas e alergias para o bebê.
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