quarta-feira, 8 de abril de 2015

O leite materno

O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) pelos primeiros 6 meses de vida e complementado com outras fontes nutricionais até os 2 anos de idade. Diante dessa recomendação, podemos imaginar quantos benefícios o leite materno possui.

A boa nutrição é indispensável para o bom crescimento e desenvolvimento dos bebês. Bons hábitos alimentares perduram por toda a vida. Os benefícios do leite materno permanecem por anos após pararmos de amamentar, auxilia o bebê a se proteger contra doenças como diabetes e obesidade.

Muitas mães abandonam o aleitamento por acharem que não possuem a quantidade adequada ou que seu leite é fraco. Isso é fruto de falta de informação e de apoio tanto na gestação como após o nascimento do bebê. Menos de 1% das mulheres são incapazes de produzir leite.

Os benefícios do leite materno precisam ser divulgados. O objetivo não é julgar uma mãe que por algum motivo não conseguiu alimentar seu bebê ao seio, mas sim oferecer informação para que ela não desista e perceba o quão importante será ao seu bebê receber o leite materno.

Existem casos em que o aleitamento materno não é recomendado como, por exemplo, nos casos de mãe soropositiva para o vírus HIV, HTLV-1 e HTLV-2. Nesses casos a fórmula infantil é a alimentação recomendada.

O leite materno (LM) é muito mais do que um simples conjunto de nutrientes, ele é uma substância viva, com atividade protetora e imunomoduladora.

O leite humano reúne mais de 150 substâncias diferentes e se diferencia em:
  • Colostro: Do 1º ao 7º dia após o nascimento do bebê;
  • Leite de Transição: Do 7º ao 14º dia de vida;
  • Leite Maduro: Após o 14º dia de vida do bebê.


Cada um deles possui especificações ideais para os dias de vida do bebê, com mudança da quantidade dos seus componentes, proteínas, lipídeos e fatores de proteção.
O aleitamento materno protege as crianças de:


  • Otites;
  • Alergias
  • Vômitos;
  • Diarréia;
  • Pneumonias;
  • Bronquiolites;
  • Meningites.



Não podemos nos esquecer que mamar ao seio melhora o desenvolvimento da cavidade oral. Além dos fatores nutricionais e de desenvolvimento, o LM favorece o estabelecimento de uma ligação emocional, entre mãe e criança, o vínculo materno, sendo fonte de amor ao recém nascido. O vínculo afetivo facilita o desenvolvimento da criança e o seu relacionamento com outras pessoas.

A composição do leite materno não varia apenas de mãe para mãe, mas como na mesma mãe entre as mamas, em mamadas diferentes e até no curso da mesma mamada. O leite ideal para ser oferecido é o leite da sua própria mãe, a qualquer mamífero, o que chamamos de homólogo, o leite produzido pela sua espécie, atendendo as necessidades imunológicas e nutricionais de cada recém nascido. O leite materno possui as quantidades adequadas de cada componente, água, proteínas, lipídeos, carboidratos, o que faz dele um alimento de fácil digestão. É o único que possui fatores de proteção, hormônios de crescimento, além da melatonina que auxilia na regulação do sono. Bebês amamentados ao seio materno, em especial a noite dormem mais, pois a produção deste hormônio durante a noite é maior. O leite de vaca possui 3 vezes mais proteínas que o LM o que gera uma sobrecarga renal no recém nascido, As estruturas das proteínas são estruturalmente diferentes, embora sejam parecidas elas não são iguais e podem gerar alergias.

Diversos componentes do LM atuam no desenvolvimento do Sistema Nervoso Central como a Galactose (carboidrato), Taurina (proteína) e Ácidos graxos insaturados de cadeia longa (Lipídeos).

Devido a imaturidade do sistema imunológico do bebê, a natureza desenvolveu mecanismos de proteção  pela passagem de anticorpos através da placenta, pelo fatores de resistência presentes no líquido aminiótico e na vida após o nascimento pelo colostro e leite. Fatores de proteção também são amplamente encontrados como proteínas e carboidratos que protegem a mucosa intestinal de bactérias patogênicas (causadoras de doenças), favorecendo assim a proteção contra infecções gastrointestinais.

A natureza é tão sabia que o leite de mães de bebês prematuros é diferente do bebê nascido a termo.  Seu leite é rico em proteínas, tem menor quantidade de lactose e tem mais energia.


Diante da impossibilidade do aleitamento materno, jamais deve ser oferecido o leite de vaca, que pode prejudicar o desenvolvimento da criança. Neste caso, a fórmula infantil é a alimentação indicada. Formulada a partir do leite de vaca, seus componentes são modificados para facilitar a digestão do bebê e enriquecidos para oferecer os nutrientes que ele precisa a cada fase. O leite materno não pode ser copiado e o de vaca pode acarretar problemas e alergias para o bebê.




Sem comentários:

Enviar um comentário